Projeto em Curitiba une arquitetura e paisagismo em residencial com premissas sustentáveis.
O conceito de casas suspensas trouxe novos olhares para empreendimentos. Com o conforto de uma residência e a segurança de um edifício, recursos arquitetônicos são peças ideais no objetivo de caracterizar as obras que seguem essa concepção. Localizado no bairro Cabral, região central de Curitiba, no Paraná, o residencial Ícaro Jardins do Graciosa, da incorporadora AG7 é assinado pelo arquiteto Arthur Casas com paisagismo de Renata Tilli. O empreendimento entregue na primeira semana de agosto de 2019 realça as áreas verdes ao redor da construção.
“Ele traz para o morador a escala, amplitude e privacidade típicos de uma residência. A proposta é que os moradores sintam que estão morando em uma casa e não em um apartamento.” – Arthur Casas.
Apesar de manter a arquitetura voltada integralmente ao paisagismo, o concreto ainda garante seu lugar pertinente nas unidades de três a cinco suítes, introduzidas dentro de três grandes torres. Também há a opção de apartamentos duplex e penthouse, com plantas personalizadas e metragens que vão de 315 m² a 840 m². Quanto à sustentabilidade, a AG7 prima pela criação de edifícios que tenham sua contribuição na melhoria urbana da cidade onde são inseridos. Ícaro Jardins do Graciosa foi a forma de refletir esse conceito.
“São verdadeiras casas suspensas. Dentro desse conceito, as plantas das unidades são quadradas, com terraços muito grandes, realçando esta proposição inovadora.” – Alfredo Gulin Neto, CEO da AG7.
Atualmente, a integração entre arquitetura e paisagismo, com inclusão da tecnologia é uma realidade em centros urbanos de todo o mundo, como é o caso de Berlim, Milão, Londres, Cingapura e Tóquio, por exemplo. No Brasil, a iniciativa começou a encontrar seu lugar principalmente no momento em que o paisagista Roberto Burle Marx fundiu jardins com o cenário concreto do parque Ibirapuera, em São Paulo. Com essa mesma perspectiva, Renata Tilli procurou explorar as possibilidades da tendência no projeto de Curitiba. Além das floreiras, o Ícaro Jardins do Graciosa ainda possui pátios, jardins, lago com tratamento biológico, vegetação aquática e peixes. A piscina interna fica em meio à área verde, por isso exige menos uso do aquecedor.
“A arquitetura não pode estar desassociada da paisagem e muito menos a paisagem pode ignorar todas as intervenções da construção. Nosso objetivo foi colocar a vegetação em todos os lugares para que o espectador visualize mais a natureza e não o concreto, permitindo que as pessoas sejam invadidas por ela o tempo inteiro.” – Renata Tilli.
O 23º Prêmio Master Imobiliário premiou a construção na categoria Profissional – Soluções Arquitetônicas, voltado para projetos focados em apresentar soluções para problemas particulares, causados pelo terreno onde estão construídos. Como Profissional – Projeto Residencial ficou em terceiro lugar na premiação Saint-Gobain de Arquitetura Habitat Sustentável.
O empreendimento também recebeu selo de certificação Green BuildingCouncil (GBC) na posição Gold, o que indica que o Ícaro Jardins do Graciosa cumpriu requisitos de oito categorias: implantação, uso racional da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna; requisitos sociais, inovação e projeto e créditos regionais.
Por Redação Imagens: Eduardo Macarios e divulgação
Tecnologias à disposição das empresas e a favor do meio ambiente.
O BW TALKS, realizado em São Paulo no último dia 4 de março, pela BW Expo e Summit – 3° Biosphere World, apresentou como o meio ambiente tem proporcionado reflexões acerca da finitude dos recursos naturais e sobre a responsabilidade de empresas, instituições, governos, países e pessoas no aquecimento global, no aumento da poluição e no crescimento exponencial da geração de lixo. Especialistas trouxeram diferentes aspectos relacionados à sustentabilidade do meio ambiente.
“Por muito tempo, achávamos que os recursos eram inesgotáveis. Dentro da visão daquela época, fazíamos o melhor, sem nos darmos conta que utilizávamos recursos de forma geométrica, enquanto eles se recompunham em escala aritmética. Hoje, claramente, ultrapassamos o limite e precisamos tomar atitudes concretas em nossas empresas e em nossos negócios. A tecnologia é a melhor ferramenta para estancar e reverter o processo atual de degradação ambiental do nosso planeta. E ela pode ser aplicada em diferentes níveis na indústria, mas também pelas famílias.” – Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.
A BW Expo e Summit, a ser promovida entre os dias 6 e 8 de outubro no São Paulo Expo, e tem a Casa e Mercado como mídia associada, é o único evento multidisciplinar do mercado voltado às tecnologias para à sustentabilidade do meio ambiente, com ênfase em questões práticas, reunindo, desta maneira, uma ampla cadeia de setores industriais e de serviços. O evento conta com os Núcleos Temáticos, que irão conectar redes específicas, compartilhar conhecimento e ampliar as conexões das empresas e profissionais, gerando sinergias e oportunidades de negócio para todos.
O evento é realizado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração. Com 30 anos de fundação, marcada pelo protagonismo na evolução do mercado brasileiro de equipamentos, a associação tem desenvolvido um trabalho empenhado em nortear os profissionais da área com conhecimentos técnicos e mercadológicos, disseminando informação, contatos e tecnologias para obter o melhor uso do maquinário na construção, além de direcionar holofotes para a importância desse setor no avanço da infraestrutura do país.
Clique nas imagens abaixo e assista as palestras que os curadores dos Núcleos Temáticos BW Expo e Summit prepararam e veja como é possível adotar práticas sustentáveis em diferentes setores da economia.
Economia circular
Um dos exemplos trazidos pelo BW Talks é a economia circular, que contribui para um novo conceito na forma de produzir e de consumir, objetivando diminuir o impacto ambiental dos produtos fabricados. Como resultado, há a redução da extração de recursos naturais e maior reutilização e recuperação de materiais pós-consumo.
“É uma oportunidade para o Brasil liderar essa transformação, uma vez que o país ainda não pratica esse conceito (o país recicla apenas 1,6%) e pode avançar rapidamente perante outras nações.” – Ian McKee, CEO da Solidos e curador do Núcleo Economia Circular da BW 2020.
Agronegócio sustentável
O Brasil também pode ser protagonista na sustentabilidade ambiental voltada para o agronegócio. A nação é líder na produção de commodities como o suco de laranja, açúcar, café, celulose de fibra curta e vice-líder na produção de carne e complexo de soja. Além disso, os alimentos vindos do solo nacional alimentam aproximadamente 1 bilhão de pessoas.
“O consumo consciente vem crescendo, o que significa que o consumidor quer saber a origem dos produtos que o alimenta. Isso representa uma oportunidade para que o segmento evolua ainda mais. De fato, o sucesso que temos hoje foi fruto de ações importantes, contudo vivemos em um novo momento e a fórmula não poderá ser repetida. É um novo ciclo que se inicia com os três aspectos do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental) como ponto principal dessa evolução.” – Lucas Henrique Ribeiro, gerente de Sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).
Transformação Energética – Hidrogênio
Outro segmento que já percebeu a importância do meio ambiente é o sistema energético que vem buscando ampliar o fornecimento de energias renováveis para indústrias e habitações. No entanto, será necessário fazer mais para atender o objetivo do Acordo de Paris em manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C. Ou seja, trabalhar para descarbonizar grande parte da matriz energética mundial e os setores que mais demandam energia, como transporte e indústria.
“O hidrogênio pode ser armazenado de forma subterrânea ou em tanques ao ar livre por um longo tempo, atuando como um “buffer” para aumentar a confiabilidade e segurança dos sistemas solar, eólico e hidrelétrico. Dessa forma, ele permite a captação da energia que não seria utilizada evitando o desperdício e permite a distribuição dessa energia armazenada para outras regiões, onde a produção renovável não seria possível.” – Mônica Saraiva Panik, especialista em tecnologias de hidrogênio e células a combustível e curadora do Núcleo Transformação Energética – Hidrogênio da BW 2020.
Waste–to-Energy
A produção de energia também pode vir do lixo, a partir de tecnologias de tratamento térmico de usinas waste-to-energy. Segundo a ClimateBondsInitiative (CBI), o Brasil possui um potencial para investir até 145 bilhões nos próximos 12 anos.
“Infelizmente, no Brasil, ainda não há nenhuma planta WTE massburning (por incineração) de grande porte em operação.” – Yuri Schmitke Almeida Belchior Tisi, presidente executivo da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) e curador do Núcleo Waste-to-Energy da BW 2020.
Construção Sustentável
A destinação correta do resíduo é uma preocupação também da construção civil. Por isso, nos últimos anos, houve um investimento importante por parte de construtoras e incorporadoras para aplicar conceitos de sustentabilidade ambiental na construção de empreendimentos. Com isso, houve um aumento por sistemas de certificação ambiental no setor. Entre os sistemas de certificação estão: LEED, AQUA Ambiental, GBC Condomínio, EDGE, Procel, Zero Energy e fitwel.
“Eles criam uma linguagem comum e promovem a transformação do mercado através do próprio mercado, que se adapta aos conceitos, o que resulta em um impacto ambiental menor. As edificações sustentáveis geram valor para as construtoras e incorporadoras porque o usuário se importa, cada vez mais, com as questões ligadas ao meio ambiente. Desse modo, há uma tendência em outros países de que o preço do empreendimento sustentável seja maior do que o tradicional.” – Marcelo Nudel, diretor da Ca2 Consultores e curador do Núcleo Construção Sustentável da BW 2020.
Valorização de Áreas Degradadas
No segmento de empreendimentos imobiliários e comerciais, a questão ambiental também passa pela área onde esse projeto será construído. Com a escassez de greenfields, as brownfields (área abandonada contaminada ou com potencial de contaminação) podem ser uma alternativa para ampliar o desenvolvimento imobiliário em cidades. Isso porque, além de promover o desenvolvimento econômico, a infraestrutura local e a geração de empregos, ainda contribui para uma maior receita do município, valoração dos imóveis locais e traz benefícios para a comunidade do entorno do empreendimento, eliminando a contaminação.
“É imprescindível um suporte técnico para melhor entendimento do quadro ambiental, ou seja, saber qual a gravidade do problema ambiental, se é possível remediar durante a construção, o investimento para que essa remediação seja executada, entre outros. Caso seja viável o empreendimento, é importante também receber considerações sobre o tipo de empreendimento a ser construído no local.” – Ulysses Mourão, membro executivo da empresa EBP Brasil e curador do Núcleo Valorização de Áreas Degradadas da BW 2020.
Conservação de Recursos Hídricos
Atualmente, 1 em cada seis pessoas não tem acesso a água potável, o que equivale a 15% da população mundial. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas não recebem água tratada e 100 milhões de pessoas ainda não tem coleta de esgoto. Em 2018, foram 233.880 internações totais por doenças de veiculação hídrica no Brasil.
“A água é um bem extremamente precioso porque apenas 1% da água doce do planeta é superficial. Existe um padrão de qualidade para o uso da água. Uma estação de tratamento de água convencional conta com tecnologias eficientes para tratamento. Contudo, quando a água começa a receber muito esgoto sem tratamento, a tecnologia que precisaria ser utilizada é outra, justamente, para tratamento do esgoto e não de água.” – Ana Luiza Fávaro, diretora técnica da Acqua Expert Engenharia Ambiental e curadora do Núcleo Conservação de Recursos Hídricos da BW 2020.