SANAA projeta estrutura em forma de nuvem para o Museu Marítimo de Shenzhen que pretende emergir como continuação da paisagem marinha local
A proposta idealizada pelos arquitetos Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, do escritório japonês SANAA, chamada de “The Cloud on the Ocean”, foi selecionada como grande vencedora do Concurso Internacional de Arquitetura para o projeto do novo Museu Marítimo de Shenzhen, na China. Organizado pelo Departamento de Planejamento Urbano e Recursos Naturais e pelo Departamento de Infraestrutura Pública do Município de Shenzhen, o concurso foi lançado com o intuito de escolher a melhor solução técnica e formal possível para o novo Museu Marítimo.
O projeto, inspirado na paisagem natural, nas montanhas e o no mar, se revela como uma espécie de “nuvem” branca que parece flutuar sobre a paisagem, em que o edifício do museu apresenta uma intrínseca rede de espaços construídos e áreas verdes de uso público, um conceito concebido a partir de um vocabulário formal contemporâneo e arrojado, enraizado na cultura local. Integrando-se no contexto urbano do Campus da Universidade Marítima e aos seus parques temáticos anexos, o projeto pretende ainda ampliar o parque ecológico no qual encontra-se inserido para transformá-lo em um novo centro cultural.
A cobertura dos edifícios foi concebida a partir de uma estrutura espacial em aço, estabelecendo uma construção leve e delicada. Espaços flexíveis, ininterruptos e livres de colunas experimentam uma alternância de oco e sólido, luz e sombra, enquanto a superfície da cobertura parece flutuar; solução construtiva que proporciona maior conectividade e autonomia dos espaços e programas museais. Volumes hemisféricos de diferentes tamanhos estão interconectados, mas funcionam independentemente um do outro a fim de acomodar instalações para exposições, acervo permanente do museu, atividades educativas e pesquisa em ciência marinha.
Materiais leves e transparentes foram utilizados para criar três tipos de soluções espaciais: espaços transparentes, opacos e translúcidos. Cada um deles responde com precisão às características específicas de cada programa, desde os espaços expositivos, passando pelas áreas de apoio até os espaços de armazenamento e logística do museu.
“O Museu Marítimo de Shenzhen é uma continuação de seu ambiente natural entre a montanha da Península de Dapeng e o mar da Baía de Longqi. É um marco horizontal imaginado como nuvens emergindo do mar, como um museu nascido do oceano.”
O edifício tomará forma como uma coleção de cúpulas cobertas por uma malha de aço inoxidável. Estruturalmente, o espaço da cúpula é projetado como uma esfera de vidro para introduzir luz natural e uma esfera opaca para proteger a luz natural. Acima dessas esferas está uma leve malha flutuante de louvres de metal que sombreia os visitantes e proporciona uma aparência unificada com a paisagem.
O Museu Marítimo será organizado em três áreas de exposição posicionadas em torno de um grande saguão e vários pátios, e se conectará com espaços verdes circundantes e um parque próximo para expandir a área de atividade do museu em direção à paisagem natural.
35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e dados apontam que 39% da água tratada é perdida em seu processo de distribuição, por conta de vazamentos e ligações ilegais.
Claro, sistemas prediais devem garantir funcionamento e operacionalidade das edificações ao longo de sua vida útil. E, a partir de tecnologias definidas quando da concepção do projeto de arquitetura, maior ou menor conforto aos usuários.
Pode-se hoje especificar dezenas de sistemas: a gás, água fria ou quente, até mesmo gelada (filtros de água), esgotos sanitários, alarmes, exaustores, portas automáticas, telefonia, TV a cabo, internet, condicionamento de ar, segurança contra intrusão e circuitos fechados de TV, automações várias e várias. A definição de sistemas a serem disponibilizados deve estar adequada ao tipo de edificação que se pretende construir e a seus usuários.
Sim, há avanços consideráveis no País nas áreas diversas que compõem os sistemas prediais. Em hidráulica, por exemplo, surgiu uma série de tecnologias a partir de compromissos saudáveis com relação à economia e à racionalidade do uso da água, os quais impactam positivamente no meio ambiente: sistemas de individualização de registros de água, válvulas e descarga com duplo fluxo, bacias sanitárias com caixa acoplada, arejadores para torneiras, restritores de vazão, operações ecoeficientes como a instalação de reservatórios para captação pluvial e reuso da água etc.
Mas consideremos nosso País e suas várias humanidades, tão socialmente desigual: problema maior é o acesso universal e equitativo à água e ao saneamento. “O uso ineficiente, a degradação da água pela poluição, a superexploração das reservas de água subterrâneas, atividades agrícolas e industriais que se expandem cada vez mais já alteraram o ciclo hidrológico global”, escreveu Náiade Nunes, editora de Casa e Mercado, em edição de 2020.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2019), 83% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada. Ou seja, em torno de 35 milhões de nossa população não têm acesso a esse serviço. E dados do Instituto Trata Brasil apontam que 39% da água tratada no País é perdida em seu processo de distribuição, por conta de vazamentos em tubulações e, ainda, por conta de ligações ilegais.
Quanto ao saneamento básico, somente em torno de 54% da população brasileira é atendida com rede de coleta de esgoto. Pasmem: em torno de 100 milhões de pessoas no País não têm acesso a esse serviço e, destes, em torno de 13 milhões são crianças e adolescentes. E somente 46% dos esgotos gerados são tratados.
Fernando Franco, presidente da Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR, diz que “o Brasil que a gente quer em 2033 é um país onde o abastecimento de água e a coleta de esgoto sejam um direito universal. Para isso, precisamos avançar na ampliação dos serviços e na redução do índice de perdas, o que requer investimentos significativos”. Ressalta-se que a meta para 2033 prevê que 99% da população tenha água tratada e 90% tenha seus esgotos coletados e tratados.
Produtos e programas vem sendo desenvolvidos por empresas atendendo a compromissos socioambientais. A TAE, por exemplo, empresa do grupo Tigre, uma transnacional brasileira, desenvolveu a unidade Unifam, uma estação de tratamento de esgoto unifamiliar para instalação em espaços reduzidos, e a BlueBox. “Com a Unifam e com a BlueBox, o modelo de manutenção e o consumo energético da unidade são reduzidos e há possibilidade de descarte na rede de drenagem apontando para o modelo de descentralizado de saneamento”, ressalta Ewerton Pereira Garcia, diretor da TAE – Tigre Água e Efluentes.
“O produto atende a uma demanda socioambiental de tratamento de efluentes, especialmente em comunidades distantes ou com menos recursos; portanto, uma importante solução para o tratamento de esgotos residenciais, que garante alta eficiência, reduzindo custos operacionais, trazendo economia e reaproveitamento da água”- Ewerton Pereira Garcia, diretor da TAE.
Em face desse enorme contingente de brasileiros sem acesso à rede coletora de esgotos, Ewerton acrescenta que “atender a esse desafio envolve disponibilizar unidades de tratamento cada vez menores com potencial para substituir fossas sépticas e biodigestores, contribuindo para a ampliação do saneamento básico. Neste contexto, com dimensões reduzidas, a estação faz o tratamento biológico aeróbico em sistema de lodos ativados e tem eficiência superior a 90% nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, o que supera os padrões exigidos pelas normas do setor”.
BlueBox, da TAE: modularidade, instalação compacta (sem odor ou ruído), qualidade da água (tecnologia que proporciona remoção de matéria orgânica, sólidos suspensos e microorganismos), segurança operacional (instrumentalização e análises com monitoramento on line).
Banheiro Seco: um contraponto
Tecnologia enquanto sistema alternativo de saneamento, o banheiro seco pode também ser uma solução a diversos problemas relativos ao saneamento público, como a contaminação do solo e da água. Caracteriza-se, basicamente, por não utilizar água em seu sistema e produzir insumos para fertilização de plantações e de agroflorestas.
Há diversos modelos possíveis de construção. O projetado pela arquiteta Irina Biletska para o Instituto Inkiri (www.inkiri.com), Piracanga, na península de Maraú, sul da Bahia, é um deles. Partiu de um conceito simples: propiciar à comunidade local, cerca de 150 pessoas, e aos em torno de 2 mil visitantes ano, uma alternativa ecológica de saneamento em sua ecovila. O projeto “nasceu de um pedido da comunidade Inkiri, que buscava inserir para a comunidade e visitantes uma alternativa ecológica de saneamento; foi através desse banheiro que conseguiram mudar alguns paradigmas em relação ao assunto, pois quando as pessoas chegam se deparam com um espaço bonito, agradável e limpo, que reeduca os usuários com um uso diferente e consciente, além de preservar os lençóis freáticos da região, que são muito próximos ao solo”, diz Irina.
Os vários modelos são opções adaptáveis a cada situação e para performances ambientais de moradia e mesmo de espaços públicos. Uma resposta, enfim, aos muitos problemas que grande parte dos brasileiros ainda convive.
Para os projetos de banheiros secos, devem ser analisados região e clima, devendo ou não ser feita a separação de dejetos, além de estudos dos diferentes microorganismos. Exige-se cuidados diários.
Também projetados por Irina, outros banheiros foram construídos com o método de termo compostagem, o qual possui, como princípio básico, o uso do calor para combater os patógenos.
Inicialmente prevista para 2020, mas adiada por conta da pandemia, Bienal tem 1.100 trabalhos de 91 artistas de todos os continentes.
A 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto – abriu as portas ao público no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, e pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais. Curada por Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, a mostra reconhece a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindica a necessidade da arte como um campo de encontro, resistência, ruptura e transformação.
Exposição ‘Faz escuro mas eu canto’ da 34ª Bienal de São Paulo no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera.
O ponto de partida do projeto curatorial da 34ª Bienal de São Paulo foi o desejo de desdobrar a mostra, ativar cada momento de sua construção e aguçar a vitalidade de uma exposição desta escala. Buscando dialogar com os públicos, tão amplos e tão distintos, que visitam a Bienal há décadas, a proposta foi expandir esta edição no espaço e no tempo. Na busca por uma linguagem para delinear os campos de força criados pelo encontro de obras produzidas em lugares e momentos distintos, propuseram algumas peças, e suas histórias, como enunciados: instalações que contam histórias com a ajuda de objetos diversos. O primeiro é composto por três objetos pertencentes ao acervo do Museu Nacional que sobreviveram de diferentes formas ao incêndio, entre eles o meteorito Santa Luzia, o segundo maior objeto espacial conhecido no Brasil. Esses enunciados pontuam a exposição, sugerem o tom no qual podem vibrar as obras ao seu redor, aglutinando e tornando tangíveis as preocupações e as reflexões da curadoria.
O título da 34ª Bienal, Faz escuro mas eu canto, é um verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965.
“Ao longo desses meses de trabalho, rodeados por colapsos de toda ordem, nos perguntamos uma e outra vez quais formas de arte e de presença no mundo são agora possíveis e necessárias. Em tempos escuros, quais são os cantos que não podemos seguir sem ouvir, e sem cantar?’ – Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi, Ruth Estévez, curadores da 34ª Bienal.
Meteorito Santa Luzia, o segundo maior objeto espacial conhecido no Brasil, integrante do acervo do Museu Nacional.
Obras de arte em exposição na 34ª Bienal de São Paulo.
O público pode optar por visitas livres ou participar de visitas mediadas, que ocorrem sem agendamento e em horários fixos, além de visitas temáticas, mediadas por profissionais de diferentes áreas. Os horários de cada tipo de mediação podem ser conferidos na agenda oficial do evento. Há ainda visitas em inglês, em espanhol, com interpretação em Libras ou específicas para crianças.
Exposição Faz escuro mas eu canto
Pavilhão da Bienal
4 Set — 5 Dez 2021
Entrada é gratuita, e apresentação de comprovante de vacinação contra Covid-19, com pelo menos uma dose, é obrigatória.
Fonte: Bienal de São Paulo e G1.
Imagens: Patrícia Figueiredo e Divulgação
O Chaise Medallion 3.0 da Nendo brinca com formas, superfícies e minimalismo em um nível incomparável
Dezoito designers e artistas foram convidados a reinterpretar a cadeira ‘Medallion’ da Dior para a presença mais significativa da marca francesa no Salone del Mobile de Milão até o momento. Entre eles está o estúdio japonês Nendo, cuja reinterpretação conseguiu chamar a atenção exatamente pelo motivo oposto – o fato de ser tão minimalista que você provavelmente nunca perceberia!
Usando tecnologia de ponta, o Chaise Medallion 3.0 brinca com formas, superfícies e minimalismo. A cadeira é feita de duas folhas de vidro temperado, com as costas e as pernas formadas a partir de uma curva mantida no lugar com um assento em forma de prateleira e a parte traseira oval característica representada como um vazio, em uma interpretação muito agradável.
A coleção Dior Maison, sob a direção criativa de Cordelia de Castellane, se concentra em itens de mesa e decoração, porém em novembro de 2020 lançou suas primeiras mesa e cadeiras de carteado, intitulada ‘Bonne Aventure’. Quando a maison Dior abriu sua primeira boutique na 30 Avenue Montaigne em Paris, em 1946, ela era caracterizada por interiores simples e modernos, mas com características clássicas.
O fundador, Christian Dior, acreditava que a estética francesa essencial residia no Palácio de Versalhes, e adorava especialmente a cadeira medalhão de espaldar oval que dizia ter sido usada por Luís XVI. A cadeira foi imortalizada nas campanhas do perfume Diorama 1955 e Miss Dior de 1958 do ilustrador René Grau. Posteriormente, tornou-se quase tão icônica para a marca quanto a jaqueta ‘Bar’ ou o padrão Cannage.
Processo de proteção catódica realizada por equipamento portátil diminui a necessidade de jateamento, a ocorrência de acidentes, vazamentos e a depreciação de máquinas e estruturas
Com inúmeros malefícios ao meio ambiente, a tradicional operação de combate à corrosão de navios-plataforma, equipamentos e estruturas de aço está perdendo espaço para o processo de passivação. A proteção catódica (técnica usada para controlar a corrosão de uma superfície metálica) promove a formação de uma película protetora de elétrons e propicia a blindagem das superfícies de aço – o que evita seu desgaste e torna superado o processo de jateamento a base d´água (Ultra alta pressão), que causa prejuízos ambientais.
Acidentes como vazamentos de combustíveis e produtos químicos – bem como a utilização de milhares de litros de água para o jateamento – resultaram ultrapassados depois que uma equipe técnica de brasileiros desenvolveu esta nova tecnologia, já utilizada em empresas como Sabesp, Suzano, Qualy, entre outras. Atuando há 42 anos no segmento, o especialista em eletrônica Francisco Muller faz parte da equipe de desenvolvedores do equipamento portátil – o Anodo Passivar – que emite micropulsos elétricos de 0,05 Ampères para gerar uma película protetora de elétrons que blinda o aço da ação destrutiva da corrosão.
Cada equipamento é projetado para produzir uma trama de proteção de uma área de 40 m² e pode ser monitorado a distância. “Ao tornar desnecessário o jateamento regular das estruturas, evita-se, por exemplo, o consumo anual de 6.220.800 litros de água doce, utilizados no jateamento de um navio-plataforma”, compara Muller.
Além da vantagem financeira – uma vez que a passivação custa 65% menos que o processo convencional de jateamento e pintura -, o ganho ambiental com o equipamento portátil Anodo Passivar assegura a integridade dos dutos e das estruturas a serem protegidas, o que evita vazamentos dos produtos transportados, como gasolina, álcool ou qualquer outro produto químico e poluentes.
Com a passivação da estrutura, as rodadas cíclicas de jateamento se tornam desnecessárias. Os resíduos tóxicos e dejetos resultantes de constantes jateamentos são acondicionados em contêineres especiais e acabam armazenados em aterros sanitários.
O Anodo Passivar não é vendido, mas alugado por um prazo mínimo de três anos, com garantia contra eventuais defeitos advindos de sobrecarga ou variação de tensão. O equipamento não atende somente o setor naval. Todos os segmentos onde houver aço e, inevitavelmente, corrosão podem contratar o serviço de passivação. Os resultados são os mesmos em torres eólicas, pontes de aço, portos marítimos, linhas de gás, minerodutos, gasodutos, indústria de turbina, de celulose, farmacêuticas etc.
No processo de passivação – após a despesa inicial do projeto para o orçamento – serão instalados os aparelhos necessários para cobrir toda a área de ação da estrutura de aço. Um pequeno projeto de 40 m2, como em veículos leves – caminhões ou tratores -, pode ser instalado em três horas. O cliente terá um custo mensal de manutenção com a garantia de que cada equipamento Anodo Passivar dura, em média, dez anos. O tempo de instalação varia de acordo com o tamanho da área a ser passivada.
Debates para a construção de uma agenda focando em cidades justas, democráticas e sustentáveis é objetivo do evento em sua 3° edição
O III Fórum Nacional BrCidades, promovido pela rede BrCidades, acontece entre os dias 10 a 19 de setembro em formato virtual, com a missão de rediscutir a agenda urbana nacional frente aos desafios dados pela crise sanitária e urbana e participar da necessária construção social de um projeto para as cidades do Brasil. O encontro reunirá integrantes dos Núcleos de 17 estados do país, estudiosos, acadêmicos, profissionais ligados aos temas e lideranças dos movimentos de igualdade de gênero e racial.
A abertura do evento fica a cargo do especial quadro “Meia Hora”, a realizar-se na próxima terça-feira, 7 de setembro, a partir das 20h, com a participação da presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Eleonora Mascia.
O III Fórum Nacional, que conta com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e do Fórum Nacional de Reforma Urbana, incluirá atividades abertas ao público, com mesas, oficinas e palestras, visando mobilizar grupos, organizações e forças sociais. Todas as transmissões acontecem via canal oficial da BRCidades no YouTube.
A diversidade da rede urbana brasileira, com mais de 85% da população morando nas cidades e grande parcela da força de trabalho vivendo em condições precárias, ambientes degradados, situações de risco, sem infraestrutura ou serviços urbanos, em moradias congestionadas e insalubres, tem exigido cuidados de forma a assegurar as particularidades das lutas locais/territoriais e identificar as questões comuns a todas as cidades do Brasil.
A conjuntura de crise nacional e internacional levou à discussão, durante encontro da Frente Brasil Popular em 2017, sobre a necessidade de um movimento para repensar o país e ao convite às Professoras Ermínia Maricato e Karina Leitão, da FAU USP, para tratar do tema da Agenda Urbana. Esse foi o primeiro passo para o surgimento da Rede BrCidades – Um Projeto para as Cidades do Brasil. Em 2018 e 2019, o BrCidades realizou as duas primeiras edições do Fórum Nacional. Em 2020, junto aos Núcleos e aos parceiros, participou da criação das redes “Articulação por Direitos na Pandemia” e a “Campanha Despejo Zero”, além de contribuir na preparação de pautas urbanas de candidatos a vereadores e prefeitos.
Pelas ações desenvolvidas, o BrCidades recebeu o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) em 2018, na categoria Urbanidades. A coordenadora nacional ganhou o Prêmio FPAA 2020 Medalha de Ouro.
Concreto e vidro são elementos de destaque nesta residência de 1.500 m² banhada por luz natural
De dimensões generosas e elementos contemporâneos, a Casa TRD, projetada pelo escritório Biselli Katchborian Arquitetos Associados, é formada por dois volumes, dispostos de acordo com a geometria não-convencional do terreno, ambos suportados por concreto armado protendido, o que permite minimizar os pontos de apoio, resultando em grandes vãos livres e balanços estruturais. Os moradores, um casal com filhos, desejavam uma casa ampla que visualmente se comunicasse com o exterior, atribuída de certa transparência e luminosidade.
A residência de 1.500 m², localizada em um condomínio em São Paulo, tem forte presença do concreto à vista, deixando evidente seu sistema construtivo. O volume principal é caracterizado pelo uso extensivo do vidro nas fachadas e ainda apresenta uma escada helicoidal, que se destaca no hall da entrada social e se apresenta como um elemento escultórico, um pedido expresso do cliente, que conhece a arquitetura de Oscar Niemeyer e do Palácio Itamaraty. De pé-direito duplo, abriga o programa público da residência, composto pelas salas de estar, estar íntimo e escritório.
O segundo volume abriga o programa privado, composto por sauna, adega, sala de jantar, cozinha gourmet, cozinha, dependência de serviço e cinco suítes. O bloco dos dormitórios apresenta painéis de madeira que controlam a iluminação nos ambientes internos e a sala de jantar conta com uma parede em pedra como pano de fundo, percorrendo toda a sua linearidade, integrando ambientes internos e externos. De organização triangular, o espaço livre formado entre os dois volumes perpendiculares é ocupado pela área de lazer e piscina. Os painéis de madeira que controlam a iluminação nos ambientes internos.
O terreno de formato trapezoidal e irregular, com topografia complexa e não-convencional, configurou um projeto de formas arrojadas derivadas desta geometria. O Partido Arquitetônico define uma barra perpendicular à divisa lateral e outra perpendicular à rua, que se encontram e se interpenetram em um ângulo agudo, formando um triângulo em planta. A articulação dos volumes delimita uma área externa com piscina, área de lazer e jardins.
Pode-se acessar a casa pelo nível térreo a partir da rua ou pela garagem, que em função do desnível também se acessa de carro pela mesma rua. Com 3 níveis, a casa conta com escadas e elevador.
Relatório da ONU sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos aponta que recuperação só será possível com união de setores
Qual é o valor da água? Para além dos custos financeiros mensais, discriminados em faturas, você consegue compreender o real valor que este recurso tem?
No mundo, estima-se que 2,2 bilhões de pessoas (29% da população mundial) vivam sem acesso à água potável, e 4,2 bilhões de pessoas (55% da população mundial) não têm acesso a serviços de saneamento. Inclusive, já conversamos anteriormente sobre os riscos que a falta de saneamento e de água tratada podem causar.
As agências da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e para Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Rede Brasil do Pacto Global divulgaram recentemente o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2021 (World Water Development Report – WWDR). Considerado o principal relatório sobre a água no mundo, a edição de 2021 trouxe o tema “O Valor da Água”, com informações importantes sobre o uso da água e indicações que podem auxiliar na implementação de uma gestão hídrica sustentável e eficiente.
Seguindo os 5 princípios de valorização da água, estabelecidos pela ONU e pelo Banco Mundial no Painel de Alto Nível sobre a Água, em 2019, o relatório “O Valor da Água” propõe mudanças na forma como a água é avaliada segundo diferentes vertentes – política, social e econômica – demonstrando que a valorização irá depender de circunstâncias variadas.
Os 5 princípios da valorização da água
Mas, antes de falarmos sobre as diferentes avaliações, vamos conhecer quais são os 5 princípios de valorização da água, segundo a ONU:
Reconhecer e adotar os múltiplos valores da água para diferentes grupos e interesses em todas as decisões que afetam o recurso;
Reconciliar valores e construir confiança – conduzir todos os processos para reconciliar valores de forma equitativa, transparente e inclusiva;
Proteger as fontes, incluindo bacias hidrográficas, rios, aquíferos, ecossistemas associados e fluxos de água usados para as gerações atuais e futuras;
Educar para empoderar – promover educação e conscientização, entre todas as partes interessadas, sobre o valor intrínseco da água e seu papel essencial em todos os aspectos da vida;
Investir e inovar – assegurar o investimento adequado em instituições, infraestrutura, informação e inovação para realizar os muitos benefícios derivados da água e reduzir os riscos.
É importante notarmos que quando falamos sobre a valorização da água, não estamos tratando apenas do aspecto econômico, mas de todos os outros que estão relacionados aos usos da água em sociedade, como os aspectos ecológicos e ambientais, culturais e sociais. A principal proposta do relatório, já que considerar todas essas características, pensando na gestão hídrica integrada, é a solução para evitar a escassez de água, uma das questões que já causam preocupação e, provavelmente, um dos maiores riscos para o futuro do planeta.
Dados alarmantes e importantes para o planejamento hídrico
O relatório “O Valor da Água” traz dados atualizados e alarmantes sobre o consumo da água no mundo, principalmente os relacionados aos países em desenvolvimento, que precisam de maior atenção na construção de políticas públicas e infraestrutura para a gestão hídrica. Além de demonstrar as perspectivas, os desafios e oportunidades, evidenciando a necessidade de uma melhor gestão hídrica para que se possam cumprir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas, o relatório aponta a diferença entre o “valor” e a “valoração” da água. Assim, temos a perspectiva de valor e de valoração da água em relação ao meio ambiente, ao valor da infraestrutura hídrica, em relação aos serviços de abastecimento de água, saneamento e higiene, em relação ao uso na alimentação e agricultura, nos setores de energia, indústria e comércio e, finalmente, aos valores culturais da água.
As perspectivas regionais também são analisadas, com dados relacionados à África Subsaariana, à Região Pan-Europeia, à América Latina e Caribe, à Ásia e Pacífico e aos Estados Árabes.
Entre os dados mais alarmantes estão o aumento do consumo de água doce no último século, 6 vezes maior do que o anterior, e a perspectiva de avanço a uma taxa de 1% ao ano, impulsionado pelo crescimento populacional, pelo desenvolvimento econômico e pelas alterações nos padrões de consumo.
O relatório também ressalta a escassez econômica da água, sofrida por diversas regiões nas quais há recursos hídricos, porém não há infraestrutura para acesso a eles. Ainda segundo o relatório, a previsão de crescimento no consumo mundial de água é de 25% até 2030. Conhecer esses dados é de extrema importância para que possa haver planejamento estratégico, criação de medidas e políticas públicas integradas de gestão dos recursos hídricos. Mas, de acordo com o relatório, a iniciativa não pode ser unilateral.
Apesar da perspectiva desanimadora em relação ao futuro dos recursos hídricos, o relatório da ONU aponta uma solução: o desenvolvimento de políticas hídricas integradas, que considerem os diferentes valores relacionados ao uso da água, e envolvam a participação de diversos grupos nas tomadas de decisões.
Para isso, é importante a adoção da abordagem hidrossocial, utilizada pela Synergia para tratar o tema. Ou seja, deve-se engajar, comprometer e garantir responsabilidade entre todos os atores envolvidos, usuários e gestores, transformando conflitos de uso em acordos, incorporando tecnologias que ofereçam transparência e credibilidade aos dados, que indiquem soluções reparadoras e acessíveis.
Composta por 22 ambientes, a exposição é um passeio pelas principais regiões do enoturismo
O D&D Shopping criou a mostra “Rota do Vinho D&D”, onde arquitetos e designers recriam cenários deslumbrantes, com os melhores vinhos originários de 22 regiões conhecidas pelo enoturismo. A mostra acontece entre os dias 1 a 29 de setembro.
O turismo de vinho é uma das mais fortes tendências no turismo mundial e os profissionais tiveram como desafio trazer o charme das vinícolas para dentro do D&D. Um universo encantador, cheio de sabor, aromas, culturas e conhecimentos. Durante a pandemia, o crescimento do consumo de vinho entre os brasileiros aumentou em mais de 30%. Em média, foram consumidos 2,78 litros de vinho por pessoa, resultando, um consumo total de 501 milhões de litros, comparado a 383 milhões no ano anterior, um valor nunca atingido na história. (Os dados foram divulgados pela plataforma cupomvalido.com.br em parceria com a Abras, Ideal e Statista).
A proposta da mostra é trazer alguns aspectos que marcam o estilo arquitetônico dessas regiões, além de muito conteúdo sobre o universo do vinho, e – claro – estimular que as pessoas tenham seus próprios cantinhos do vinho, em casa. Tudo atrelado às tendências de decoração brasileira junto com a cultura de cada local. Participam dessa edição: Ana Salama e Gerson Dutra de Sá, Andrea Gonzaga, Anna Parisi, Claudia Gallasso e Daniel Polacchini, Debora Valente, Fabiano e Tania Hayasaki, Fernanda Polichetti Ancona e Camila Bertin, Henrique Derenze e Fernanda Perlaky Derenze, Ieda Korman, Larissa Maia e Selena Boutris, Luis Renato Machado, Luiz Paulo Andrade, Marcio Melo, Mariana Noronha e Samra Akad, Marilia Veiga, Matheus Lima, Paulo Evangelista, Priscila e Bernardo Tressino, Roberto Alves, Selma de Sá, Silvana Lara Nogueira e Zoe Gardini.