Sob a premissa de um urbanismo focado no pedestre, empreendimento propõe uma forma de habitar que prima pelo bem-estar e em viver a cidade ao seu redor
Majoritariamente residencial unifamiliar, o Cap. 1 Três Figueiras, é um empreendimento que propõe o conceito de casas suspensas, tendo os terraços como peças de destaque no projeto assinado pelo escritório OSPA Arquitetura e Urbanismo. Localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, todas as unidades são dispostas de frente, garantindo as orientações leste e oeste, além de visuais de uma das Figueiras que dão nome ao bairro Três Figueiras e se encontra no terreno.
Recentemente, o empreendimento foi destaque no iF Design Award, uma das principais premiações de design do mundo, vencendo na categoria Residential Architecture da edição 2025. Realizado pelo iF International Forum Design GmbH, instituição fundada em 1953 em Hannover, na Alemanha, o concurso contou com quase 11 mil inscrições de 66 países, que concorreram em 75 categorias. Os vencedores foram definidos por 131 jurados de 23 países com base em critérios como concepção, forma, funcionalidade, diferenciação, inovação e sustentabilidade ligadas ao design, elementos evidentes no Cap. 1TrêsFigueiras.
Situado em um bairro bucólico, os terraços são peça importante do projeto. Fotografia: Gabriel Konrath.
A volumetria do projeto é fruto da ideia de seguir o padrão geométrico do entorno: os quatro lotes existentes são base para quatro blocos, cada qual com quatro apartamentos escalonados. A edição do prisma original reduz o impacto da edificação na região, afastando-a da via pública a cada pavimento, além de acompanhar a topografia original do terreno e gerar terraços privativos com piscinas lineares, ora a frente do apartamento, ora perpendicular à divisa lateral, criando dinamismo para os volumes.
Fotografia: Gabriel Konrath.
Visando gerar maior privacidade entre as unidades e reforçar o conceito de casas suspensas, cada apartamento ganha uma bandeja com seção “U” em concreto aparente, coroada na sua frente pela piscina revestida em pedra Hijau. A disposição dos ambientes na planta de cada unidade busca posicionar áreas sociais em frente ao terraço, o que, juntamente com as amplas esquadrias piso-teto, borra as delimitações entre áreas externas e internas.
Fotografia: Gabriel Konrath.
As áreas condominiais são propostas na fachada do pavimento térreo, seguindo a premissa de um urbanismo focado no pedestre e em uma cidade mais permeável visualmente. A edificação ganha uma área que, no dia a dia, é entendida como um lounge, uma extensão do hall de acesso. Conforme a necessidade, divisórias retráteis acústicas são fechadas, garantindo o isolamento para o uso privativo.
Fotografia: Gabriel Konrath.
Os mais de 50 metros de testada são utilizados para um jardim escalonado que faz a transição entre a calçada pública e as áreas condominiais do projeto. Com paisagismo de Alex Hanazaki, um jardim vertical se estende por toda a divisa dos fundos, sendo visto pelas suítes de todas as unidades.
Em conexão íntima e constante com a natureza, residência conta com decks externos e recebe luz natural em abundância
Um casal que amava o lugar onde vivia há muitos anos, no Itanhangá, no Rio de Janeiro, deseja uma nova residência, mais simples, prática, sem excessos, com muita beleza e um jardim generoso. O estudo inicial do projeto, assinado pelo escritório be.bo, considerava a construção da casa em CLT (Cross Laminated Timber), onde acabamento e estrutura se integrariam, mas os clientes, preocupados com a durabilidade e manutenção, optaram por uma obra tradicional, mantendo o resultado estético previsto.
A disposição linear da construção, posicionada ao longo do limite longitudinal do terreno, foi planejada para favorecer a entrada principal por um caminho verdejante, maximizando os jardins e preservando quase todas as árvores existentes. O acesso para os carros e as áreas de serviço foram posicionadas na parte frontal do terreno, enquanto os espaços íntimos ficaram ao fundo. No encontro entre esses espaços, está a sala de jantar aberta, celebrando o desejo dos clientes de comer ao ar livre.
No encontro entre espaços, está a sala de jantar aberta, celebrando o desejo dos clientes de comer ao ar livre. Claraboias permitem que o céu se torne parte integrante do dia a dia. A residência recebe luz natural em abundância e interage harmoniosamente com os jardins. Fotografia: Leonardo Costa.
A linearidade se apresenta também na circulação interna responsável pelo acesso a todos os cômodos, com um ritmo marcado pelos montantes intercalados com vidros e seguidos em toda a extensão por um longo banco. A casa de 310 m² de área construída recebe luz natural em abundância e interage harmoniosamente com os jardins, o que garante a experiência de um morar deliciosamente ventilado e solar, algo desejado pelos moradores.
A linearidade se apresenta também na circulação interna, com um ritmo marcado pelos montantes intercalados com vidros e seguidos em toda a extensão por um longo banco. Fotografia: Leonardo Costa.
Cada ambiente conta com decks externos que promovem uma conexão íntima e constante com a natureza, e claraboias posicionadas na sala de jantar e banheiros permitem que o céu se torne parte integrante do dia a dia.
Os decks externos reforçam a uma conexão com o entorno. Fotografia: Leonardo Costa.
Ripas de concreto que imitam tábuas de madeira carbonizadas foram aplicadas na fachada e, para conservar o mesmo contraste acolhedor, algumas paredes internas foram revestidas com chapas de compensado naval de pinus. Os toques de cor ficaram reservados aos elementos decorativos de total curadoria do cliente.
Ripas de concreto que imitam tábuas de madeira carbonizadas foram aplicadas na fachada. Na visita ao terreno, uma grande surpresa: a posição escolhida da casa trazia com ela um enqua¬dramento perfeito da Pedra da Gávea, um deleite para os olhos dos moradores. Fotografia: Leonardo Costa.
Publicação é dividida em cinco temas que destacam aspectos desejáveis para uma vida urbana mais sustentável e resiliente
O Laboratório Urbano UN-Habitat publicou “My Neighborhood”, uma publicação que oferece uma lista de princípios de projeto urbano com o objetivo de criar cidades mais sustentáveis e resilientes. Contendo ações aplicáveis à escala do bairro, o guia se dedica a apresentar uma abordagem integrada que responde a setores-chave, como transporte, iniciativas urbanas locais, moradia, espaços públicos, serviços públicos e outros.
Fossgate em York / Fotografia: cktravels.com
A publicação da ONU-Habitat é dividida em cinco temas, cada um destacando aspectos desejáveis da vida urbana: Cidade Compacta, Cidade Conectada, Cidade Inclusiva, Cidade Vibrante e Cidade Resiliente. Oferece princípios acionáveis para ajudar atores urbanos-chave a colaborar e projetar soluções em escala local. O objetivo final da publicação é ajudar a criar bons bairros, entendidos como áreas que proporcionam um ambiente propício para uma melhor qualidade de vida para todos. A escala do bairro garante um impacto máximo dessas estratégias, sem perder de vista os sistemas da cidade que alimentam o bairro.
Juntos, esses capítulos cobrem uma diversidade de indicadores espaciais, como forma, distribuição, proximidade, diversidade, intensidade e conectividade. Em vez de criar uma abordagem linear que divide os assuntos em categorias isoladas, o guia visa conectar as dimensões espaciais de bairros, ruas, espaços abertos e unidades de construção, e destacar como essas características desejáveis funcionam em todas as escalas e dependem umas das outras.
O guia visa ser usado como um banco compartilhado de princípios, oferecendo também uma matriz digital interativa para servir como base para conversas. É dirigido a profissionais de planejamento, urbanistas, especialistas setoriais, grupos da sociedade civil, acadêmicos e representantes governamentais e ONGs. Pode ser usado para iniciar iniciativas interdisciplinares que envolvam grupos comunitários e criar responsabilidade para todos os atores envolvidos.
Programa de Renovação de Habitação – Bairro Mugica – Bueno Aires / Fotografia: cortesia Special Projects Unit Barrio Padre Carlos Mugica
Várias outras iniciativas semelhantes se esforçam para ajudar líderes comunitários a criar espaços mais equilibrados, inclusivos e resilientes, com programas diversos voltados para reconsiderar o design apropriado das ruas, criar novos modelos de habitação coletiva ou repensar espaços públicos para receber categorias populacionais negligenciadas. Da mesma forma, em colaboração com a Associação Nacional de Serviços de Saúde, o Heatherwick Studio lançou a iniciativa Heath Street, um guia para repensar ambientes clínicos tradicionais e reimaginar como olhamos para o bem-estar e aspectos de saúde holística da vida urbana. Outras táticas mais subversivas para proteger a comunidade local podem incluir formas disruptivas de arte pública, como grafite de rua e a proteção de espaços para protestos.
Planejamento e gestão do tempo foram cruciais para garantir que projeto em terreno estreito funcionasse sem problemas.
Esta deslumbrante residência localizada em North Bondi, na Austrália, foi projetada pelo escritório CplusC Architects & Builders visando entretenimento familiar. Um terreno estreito com problemas de visão, somado a um desejo de design solar passivo e iluminação natural, levou a forma resultante. Conceitualmente, o ordenamento territorial da casa separa os espaços social e familiar. No andar de baixo, a cozinha interconectada, sala de estar, jantar e espaços ao ar livre criam um local altamente interativo e envolvente projetado para acomodar grandes grupos. Uma piscina única acima do solo que compartilha uma parede transparente com os espaços sociais atua como uma conexão visual entre os espaços internos e externos, refratando a luz natural em toda a casa.
A piscina foi originalmente projetada como uma estrutura totalmente de concreto e foi ajustada para incorporar a parede de acrílico após o início da construção. Uma ampla gama de negócios foram envolvidos na construção dela. A parede de acrílico exigia que a impermeabilização fosse discretamente integrada com os painéis estruturais e colunas para proporcionar um efeito visual suave. Isso exigiu um alto grau de coordenação e negociação, pois as tolerâncias eram muito apertadas.
No andar de cima, os quartos têm vista para um espaço verde privado na forma de um pátio ou jardim vertical. Telas e plantadeiras personalizadas garantem privacidade para vizinhos e tráfego de pedestres, e são totalmente auto-mantidas e iluminadas por LED. Este projeto marcou a primeira vez que o escritório usou telas FRP como material de fachada e uma certa quantidade de experimentação no local foi necessária para determinar o melhor método de montagem e fixação.
Os painéis exigiram um alto nível de preparação antes da instalação, pré-perfurando os furos para fixar os painéis FRP personalizados do lado com parafusos roscados duplos. A coordenação do encanamento, iluminação e paisagismo foi fundamental para a construção desse intrincado sistema. Além de resolver problemas de privacidade, essas telas permitem mais possibilidades de paisagismo em um local estreito.
O artesanato do edifício é elegantemente revelado na paleta de materiais, que inclui tábuas Kobe inacabadas, concreto polido, madeira expressa, fachada Corten e colunas de aço e madeira que celebram os sistemas estruturais da casa. A decisão de deixar os materiais expostos aumentou significativamente a complexidade da construção, pois eventuais defeitos ou curtos-circuitos na construção seriam visíveis na estrutura acabada. Além disso, a estrutura primordial de madeira/aço que se expressa tanto no interior como no exterior resultou em tolerâncias extremamente apertadas para as instalações de revestimentos e janelas, contribuindo para aumentar o desafio da construção.
O sistema de automação residencial incorpora um sistema Dali e Cbus totalmente programável. O cliente pode selecionar entre uma ampla gama de configurações de iluminação e áudio pré-programadas, bem como configurar suas próprias “cenas” personalizadas para serem operadas com um único toque. Também é possível ativar os acessórios remotamente.
Imagens: Murray Fredericks, Clinton Cole, Michael Lassman, Ryan Ng e Jem Cresswell.
Universidade de Virgínia desenvolveu uma nova tecnologia na área de bioconstrução: Parede de solo vivo que brota vegetação.
Uma nova pesquisa da Universidade de Virgínia (UVA), nos Estados Unidos, criou um método de impressão 3D que une a estrutura de edifícios com a vegetação. A matéria prima utilizada para a construção é basicamente solo local (terra) e sementes. A nova tecnologia é inédita na área de bioconstrução. O método permite a construção de elementos como paredes e telhados verdes, que funcionariam como isolantes naturais, absorvendo a água da chuva e proporcionando espaços verdes para pessoas, animais e polinizadores.
Para responder à – Por que temos que fazer com que a estrutura ou o edifício seja separada da natureza em que se encontra?” – o professor Ji Ma, na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da UVA, criou um grupo interdisciplinar dentro da universidade com acadêmicos de diversas áreas para, junto, eles desenvolvem um protótipo que comprovou que a impressão 3D de estruturas feitas de solo e sementes é possível de ser feita.
Usando uma impressora 3D do tamanho de uma mesa, o time explorou duas abordagens: em uma, imprimiram o solo e as sementes em camadas sequenciais; na outra, misturaram as sementes ao solo antes de imprimir. Segundo os pesquisadores, ambos os procedimentos deram certo.
A equipe então propôs criar estruturas com geometrias mais complexas, como cúpulas. Os pesquisadores testaram como o material sai da ponta da impressora (ou bocal), em um processo chamado ‘extrusão’. Não foi utilizado nenhum aditivo à mistura do solo.
Os resultados revelaram que as estruturas do solo impressas em 3D podem suportar o crescimento das plantas, mas provavelmente seriam limitadas a plantas que podem sobreviver com pouca água.
“Estamos trabalhando com solos e plantas locais misturados com água; a única eletricidade que precisamos é para mover o material e fazer funcionar uma bomba durante a impressão. Se não precisarmos de uma peça impressa ou se não tiver a qualidade certa, podemos reciclar e reutilizar o material no próximo lote de tintas”, disse Ehsan Baharlou, professor na Escola de Arquitetura da UVA que também participou da pesquisa.
Escolha das sementes
Para encontrar a mistura certa de solo e sementes, os pesquisadores contaram com a ajuda de David Carr, da Blandy Experimental Farm, uma estação de campo de ciências ambientais no condado de Clarke, Virgínia. Ele forneceu conselhos iniciais sobre uma série de propriedades do solo.
Além de reter água, o solo precisa acumular matéria orgânica e armazenar nutrientes. Ele também precisa permitir que as plantas se fixem na estrutura impressa, para que, uma vez que tenham qualquer tamanho, não desapareçam ou sejam lavadas, ou desidratem e morram.
Carr propôs plantas que ocorrem naturalmente em áreas onde a vida está no limite – plantas nativas norte-americanas que crescem praticamente na rocha nua. “Os telhados verdes tendem a essas espécies que são boas em viver sob essas condições realmente duras, sendo queimadas ao sol”, disse Carr.
Ele recomendou as plantas suculentas como boas candidatas para estruturas de solo de impressão 3D. As suculentas, formalmente conhecidas como gênero sedum, são comumente usadas em telhados verdes. A fisiologia delas se assemelham ao cacto, podendo sobreviver com muita pouca água.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Additive Manufacturing no início deste ano. A equipe também trabalha em experimentos com outros materiais biodegradáveis, incluindo o cânhamo.
Fonte: CicloVivo
Imagens: Virginia University, Tom Daly e Divulgação.
Conheça o primeiro portal dedicado à flora nativa brasileira para profissionais do paisagismo
Com a carência em encontrar espécies nativas brasileiras no mercado, o paisagista e artista plástico Roberto Carneiro criou o portal Legado Verde, que tem como objetivo incentivar a produção e a utilização de plantas nativas no paisagismo, bem como difundir a conscientização de exploração sustentável e a preservação dos ricos biomas brasileiros.
Nos anos 1930, o paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx revolucionou a estética paisagística com o uso de plantas brasileiras em seus projetos. De lá pra cá, pouca coisa mudou com relação às plantas. Segundo dados do programa Reflora/Flora do Brasil 2020, são reconhecidas quase 50 mil espécies na flora brasileira, das quais 35,5 mil podem ser usadas no paisagismo. No atual cenário, conforme amostragem do botânico e paisagista Ricardo Cardim, estima-se que mais de 90% das plantas comercializadas no paisagismo brasileiro são exóticas, ou seja, de origem estrangeira.
“Me impressiono com a enorme quantidade de árvores, palmeiras, arbustos e forrações exóticas plantadas em todos os lugares. É preciso virar a chave e começarmos a tratar a nossa biodiversidade com mais consideração e respeito” – Roberto Carneiro.
O portal é ilustrado com informações sobre a flora brasileira, fotos de exemplares nativos do Brasil, projetos de paisagismo, além de um blog, que traz temas relevantes abordados pelo Legado Verde e por seus colaboradores. Conta também com um diferencial importante na área para assinantes: ferramentas exclusivas para facilitar a vida de profissionais do setor na busca por produtores/viveiristas e fornecedores de produtos/serviços voltados ao paisagismo.
Em Projetos, aberto a não-assinantes, encontram-se sugestões de utilização da vegetação nativa em áreas diversas. No blog, também aberto a todos os usuários, há conteúdos de interesse geral, como Astrologia no Paisagismo e Frutos Nativos do Bioma Brasileiro. “”É fundamental informar, divulgar, difundir este conhecimento para o maior número de pessoas. Os usuários, clientes e profissionais precisam ter acesso a essas possibilidades. Somente assim será possível ocorrer mudanças na cultura do paisagismo“, diz Roberto.
A área do assinante é voltada aos paisagistas, produtores e fornecedores que terão acesso a conteúdos exclusivos. A assinatura anual custa R$ 90,00 (para paisagistas) e R$ 120,00 (para produtores e fornecedores). Colaboradores convidados e estudantes de paisagismo terão acesso grátis, desde que o cadastro seja aprovado. Ao assinar o portal Legado Verde, os usuários contribuem para o plantio de uma muda de árvore nativa em área de restauração florestal e vão receber um certificado de participação no projeto. Trata-se de uma parceria com a Moetá – Consultoria em Cultura Ecológica.
Veja como funciona a rede de conexão do Legado Verde
Na área do assinante, paisagistas encontram produtores da espécie nativa que necessita para o seu projeto através de um campo de busca. Basta informar o nome científico ou popular da planta. Já em fornecedores, encontram produtos e serviços, distribuídos em mais de trinta categorias, que vão de implantação a manejo, de revestimentos a iluminação, além dos mais variados insumos.
Os produtores/viveiristas terão acesso a um banco de dados, com mais de 1.000 espécies nativas cadastradas para criar uma lista das plantas que comercializa. É através desta lista que os paisagistas terão acesso aos seus dados de contato. Eles também têm acesso à página de fornecedores, onde poderão encontrar produtos/serviços para expandir o seu negócio.
Para fornecedores, o portal disponibiliza mais de trinta categorias para cadastrarem seus produtos/serviços e divulgarem o seu negócio. O Legado Verde estará com a área do assinante aberta, até 20 de fevereiro, para que paisagistas, produtores e fornecedores experimentem as ferramentas do portal.
Os paisagistas Luiz Felipe e Luiz Gustavo produziram peças sustentáveis e práticas, com inspiração no estilo Art Deco
“Paisagismo é a arte de transformar os espaços com plantas“. Essa frase, dita por Luiz Felipe e Luiz Gustavo, arquitetos, paisagistas e criadores de conteúdo daFolha Paisagismo, define exatamente o trabalho executado por eles, assim como o da empresa de vasos contemporâneos Vasart. Agora, essas expertises foram reunidas para o lançamento da Coleção Deco, composta por 4 vasos de tamanhos diferentes em 6 cores, totalizando 24 combinações, que levam o design, a criatividade e a assinatura dos irmãos. A parceria ativa na elaboração do projeto, o processo sustentável de produção, uma vez que a coleção é produzida em 50% de material reciclado e 100% reciclável, e a força da Vasart no mercado corroboraram no lançamento da coleção.
O processo criativo dos paisagistas foi conduzido por uma imersão em pesquisas e conversas com colegas do segmento, que compartilharam referências com relação às expectativas e os atributos que buscam em uma peça para o paisagismo. Baseados nesse panorama, a dupla atuou no desenvolvimento de um desenho que, além de expressar a beleza, atendesse às necessidades do maior número de usuários.
“Para a concepção dos vasos, nossa motivação foi elaborar um tipo de produto que nós, como profissionais da área, gostaríamos de comprar. Tudo fluiu como a idealização e a concretização de um produto que nasceu de acordo com sonhos! A Vasart é, sem dúvidas, uma empresa com uma atuação exponencial e que admiramos muito. Estamos extremamente felizes com o produto que alcançamos” – Luiz Felipe, Folha Paisagismo
Como essência, a Coleção Deco é composta por vasos versáteis, leves e atemporais, representada pela combinação de linhas ortogonais retas que dialogam com as curvas em uma espécie de simbiose entre elas. Pensada nas demandas, tanto de profissionais de arquitetura e paisagismo como de clientes finais, que retratam seu amor ao natural como mães e pais de plantas, a coleção apresenta um coletor de água embutido, solução prática desenvolvida pela Vasart, que dispensa o uso dos pratos e torna o visual muito mais limpo.
Os vasos, bem-vindos em áreas internas e externas, estão disponíveis nos tamanhos 40 x 35 cm, 40 x 65 cm, 50 x 45 cm, 50 x 80 cm (diâmetro x altura), consideradas como dimensões estratégicas e ideais. Eles são encontrados em três opções de cores frias (Branco Antique, Cinza Antique e Preto Antique) e três quentes (Camurça Antique, Terracota Antique e Rusty Antique). “Por si só, um vaso precisa estar pronto para ser a morada de diversas plantas e nosso desejo foi proporcionar essa amplitude”, afirma Luiz Felipe. “Na definição das tonalidades, a natureza conduziu nossa intuição, por isso os vasos se harmonizam com tudo ao seu redor”, conclui Luiz Gustavo.
Cores Quentes da Coleção Deco: Camurça Antique, Terracota Antique e Rusty Antique.
O termo Art Déco, de origem francesa (abreviação de arts décoratifs), se refere a um estilo que ganhou muita força na arte, arquitetura, moda, no design e mobiliário, principalmente durante os anos 1920 e 1930, na Europa. Em sua vivacidade, há o predomínio das linhas retas ou circulares estilizadas, bem como a presença de formas geométricas e o design abstrato. Chamado carinhosamente no Brasil apenas como Deco, tornou-se a inspiração para o nome da nova coleção.
A Vasart, empresa brasileira fabricante de vasos contemporâneos, com sede em Barueri (SP), comemora a parceria para a realização da nova coleção.
“Agregamos nossa expertise na produção de vasos duráveis e sustentáveis com o olhar apurado dos profissionais da Folha Paisagismo. O resultado não poderia ser outro: uma coleção esplêndida, clean e prática para o dia a dia. Estamos muito felizes!” – Silvana Novaes, diretora de marketing da Vasart.
A empresa 100% brasileira e totalmente dedicada à pesquisa, criação e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, que promovem uma relação harmoniosa do indivíduo com a natureza. Fundada em 2004, é a primeira marca no Brasil, na área de vasos rotomoldados, a lançar produtos com polietileno verde para o público nacional, com certificado I´m Green. Além disso, também usa 50% de material reciclado na composição de todas as suas peças, com base nos princípios da Economia Circular, que retira toneladas de lixo do nosso planeta.
Cores Frias da Coleção Deco: Branco Antique, Cinza Antique e Preto Antique.
Declarado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, Sítio Burle Marx reúne conceito paisagista que ficou para a história
Novo patrimônio da humanidade, o Sítio Burle Marx, localizado no Rio de Janeiro, recebeu em julho o status declarado pela Unesco na 44ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, na China. O espaço é uma das mais icônicas obras de paisagismo do Brasil e conta com mais de 3,5 mil espécies de plantas e peças de arte sul-americanas.
Criado pelo paisagista Roberto Burle Marx no século XX, integra espécies nativas e jardins aquáticos, além de itens de seu acervo pessoal, já que durante alguns anos o local serviu como residência (entre 1973 e 1994) para o mestre. O sítio está localizado na Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio, e conta com um acervo botânico único que pode ser visitado, bem como a antiga residência do paisagista. AGENDE UMA VISITA AQUI.
O Burle Marx compõe agora um dos 23 sítios brasileiros declarados como patrimônio histórico pela Unesco e emociona pelo peso e também lembrança do paisagista, que tinha o lugar como um verdadeiro centro de pesquisa para trabalhar novas espécies trazidas de fora e ver como elas se adaptavam ao clima brasileiro.
Paulista criado no Rio de Janeiro, Roberto Burle Marx foi um dos nomes do paisagismo mais conhecidos e renomados internacionalmente no século XX. Nascido em 1909, o paisagista criou o conceito de jardim tropical moderno com uma proposta ousada que quebrava os paradigmas em relação ao uso de plantas tropicais e subtropicais aliados à arquitetura moderna – o que rompia com os clássicos jardins românticos da época. Foi pintor, escultor, designer de joias, figurinista, cenógrafo ceramista e tapeceiro – e é possível ver todas essas facetas em uma visita ao Sítio.
Brasil tem potencial de recuperar 800 mil toneladas de metais por ano com Economia Circular
Economia Circular é um Tratado Internacional publicado em 2015 e obrigatório para todos os países membros da União Europeia, entrou em vigor em 2020. O Tratado traz diversas medidas para aumentar a reciclagem, efetuar o tratamento térmico e biológico da fração pós-reciclagem (ou não reciclável) e eliminar por completo a utilização de aterros sanitários, permitindo apenas a disposição de materiais inertes em aterros que não podem ser reciclados, reutilizados ou aproveitados a sua energia.
Segundo Yuri Schmitke A. B. Tisi, presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética (ABREN), a recuperação energética é parte essencial e importante nessa equação, pois são poucos os resíduos passíveis de serem reciclados. Muitos dos materiais plásticos não são recicláveis e têm elevado poder calorífico que seria desperdiçado caso fosse destinado aos aterros sanitários, que além de causar severos danos ambientais, não contribui em absolutamente nada para a Economia Circular, e por isso não são mais considerados uma solução inserida dentro da Economia Circular.
Certificados “zero landfill” começam a tomar força, ainda mais com a agenda ESG que permeia as atividades empresariais, e produtos brasileiros exportados para a União Europeia passarão a perder valor se não forem devidamente certificados. Uma delas é o certificado da UL denominado zero landfill. A indústria que pretender aderir ao certificado deve reciclar todos seus resíduos que forem economicamente viáveis e tecnicamente possíveis, e destinar o restante para o tratamento térmico ou biológico, a depender da fração que se pretende tratar, sendo possível destinar para aterros apenas materiais inertes e que não trazem risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
Yuri Schmitke comenta que hoje perde-se muito tempo em atividades periféricas de reaproveitamento e reutilização de resíduos, quando o foco deveria ser em implementar medidas de grande porte para os grandes centros urbanos, como o tratamento térmico por meio das usinas de recuperação energética (waste-to-energy) e o tratamento biológico por meio da biodigestão anaeróbia (apenas fração orgânica). Somente com a adoção de tais tecnologias é que se torna possível atingir plenamente o conceito de Economia Circular, e a participação do setor privado é essencial por meio dos modelos de concessão e project finance.
Segundo estudos da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, 2015), o custo do atendimento médico à população afetada pela má gestão do lixo é calculado entre 10 e 20 $/T (dólares por tonelada) de resíduo sólido urbano (RSU), equivalente a uma média de 75 R$/t (reais por tonelada). Somente nas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes, seria assim possível economizar cerca de R$ 2,4 bilhões por ano, ou R$ 72 bilhões em 30 anos na saúde pública. Se consideramos todo o lixo não tratado e que pode causar dano à saúde pública, que representa aproximadamente 96% das 79 milhões de toneladas geradas por ano no Brasil, o gasto com a saúde pública perfaz a quantia de R$ 5,6 bilhões de reais por ano, ou R$ 160 bilhões em 30 anos.
Os locais onde as usinas de recuperação energética de resíduos (URE) foram implementadas apresentam também as taxas de reciclagem mais elevadas no mundo. No Brasil, elas permitiriam a recuperação de em média 23 kg de metais reciclados para cada tonelada de resíduo tratado. A implantação de usinas nas 28 regiões metropolitanas Brasileiras, com mais de 1 milhão de habitantes, teria potencial de recuperar mais de 800.000 toneladas de metais por ano, e que continuariam enterrados e perdidos. Aterros não permitem a recuperação de metais.
Existe enorme potencial de investimento em biodigestão anaeróbia da fração orgânica dos resíduos, com geração de eletricidade a partir da queima do biogás ou utilização de biocombustível a partir do biometano, que constitui cerca de 55% da composição do biogás, e é um gás renovável que pode ser misturado em qualquer fração com o gás natural, podendo abastecer frotas de veículos, ônibus e caminhões. Outro importante potencial reside no coprocessamento, que consiste na separação e blendagem do Combustível Derivado de Resíduos (CDR), fração não reciclagem e inorgânica do RSU, que hoje já é utilizado em diversas cimenteiras em substituição ao coque (combustível fóssil), para produção de clínquer, utilizado na fabricação do cimento Portland, ou em outros processos industriais e para geração de eletricidade.
O Brasil possui 38 fábricas com licença ambiental para o coprocessamento, mas substitui apenas 16,2% do combustível fóssil por CDR, sendo que Alemanha substitui 62%, Bélgica 58%, Suécia 49%, França 35%, Itália 36% e Portugal 19%. Vale ressaltar, a utilização do CDR, que também pode ser por meio de resíduos industriais (têxtil, pneu, etc.), industriais perigosos e biomassa (carvão vegetal, lodo de esgoto e resíduos agrícolas), está dentre as metas de redução de gases de efeito estufa, sendo que a meta do Brasil para 2050 é substituir até 44% por combustíveis alternativos.
Se considerarmos um cenário hipotético que represente 58% de todo o lixo urbano gerado no Brasil (RSU), englobando as 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, somados a 62 municípios com mais de 200 mil habitantes, poderão ser demandados investimentos de R$ 78,3 bilhões (CAPEX), nas 274 usinas URE (94), CDR (95) e Biogás (85), incluindo ainda o aumento de três vezes dos atuais índices de reciclagem.
Nesse cenário apresentado, é considerado o tratamento de 46 milhões de toneladas de RSU por ano, sendo destinado 62% para URE, 21% para CDR, 11% para biogás e 6% para reciclagem, sendo que somente 4% continuará sendo destinado para aterros. Serão gerados 15 mil empregos diretos, e evitados 63 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde a 192 milhões de árvores plantadas por ano, área similar ao Município de São Paulo.
Outros programas também são importantes, como a implementação efetiva da coleta seletiva, programas de educação ambiental, logística reversa e exoneração tributária no beneficiamento e recuperação de materiais. Por meio de estratégias que induzam comportamentos positivos na sociedade, torna-se possível atingir melhores índices de reciclagem, reaproveitamento e reutilização de resíduos, assim como a aceitação de que a recuperação energética da fração não reciclável é parte vital neste processo. No entanto, espera-se que o Brasil possa efetivamente entender o que significa Economia Circular e aproveitar os seus benefícios, que ocorrem de forma especial na geração de energia limpa por meio da fração não reciclável dos resíduos.
Sobre a ABREN
A Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN) tem como objetivo fomentar a recuperação energética de resíduos, resolvendo simultaneamente dois grandes problemas atuais do Brasil e do mundo: a destinação dos resíduos sólidos e a geração de energia limpa. A problemática dos resíduos, produzidos em quantidades cada vez mais monumentais, danificando o meio ambiente, a biodiversidade e a saúde pública, passou a ter uma solução, o da recuperação energética.
A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (GWC), instituição de tecnologia e pesquisa proeminente que atua em diversos países, com sede na cidade de Nova York, Estados Unidos, tendo por objetivo promover as melhores práticas de gestão integrada e sustentável de resíduos por meio da sua recuperação energética, conhecida como Waste-to-Energy (WTE) ou Energy from Waste (EfW). O Presidente Executivo da ABREN é também o Presidente do WtERT Brasil, representando desta forma o Conselho Global do WtERT (GWC).
É também associada da Associação Internacional de Resíduos Sólidos ou International Solid Waste Association (ISWA) e da Federação da Indústria Alemã de Gerenciamento de Resíduos, Água e Matérias-primas ou Bundesverband der Deutschen Entsorgungs, Wasser-und Rohstoffwirtschaft e. V. (BDE), o que permite à ABREN receber informações relevantes sobre o mercado de resíduos internacional, participar de eventos, integrar grupos técnicos de trabalho e buscar a troca de conhecimento para o desenvolvimento do mercado brasileiro.